O que significa taxonomia [Biologia no Enem]

Postado em 4 de out de 2021
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O estudo da biologia contempla diversos nomes e definições em seu imenso leque estrutural.

Isso exige uma complexa organização, não é mesmo? E é aí que a taxonomia entra. 

Derivada dos termos gregos Táxis (ordem) e Nomos (lei, norma), essa palavra define o ramo da biologia responsável pela identificação e classificação de todos os animais e plantas do planeta Terra.

Em resumo, categoriza-se os seres em grupos a partir de características primordiais em comum. 

O tema costuma aparecer com frequência nas principais provas do país, sobretudo no Enem. 

Vamos entender mais sobre taxonomia! 

 

O que é taxonomia?

Primeiro, daremos uma voltinha pela história da taxonomia.

Antes da taxonomia ser o que é hoje, Aristóteles, estudioso e interessado pelos temas naturais, já propunha um modelo simples de categorização dos seres vivos, que dividia-os entre animais e plantas, sendo o primeiro grupo subclassificado a partir da forma que se moviam. 

Com o avanço da ciência e o crescente número de seres adicionados aos grupos, perguntas surgiam.

Por exemplo, não faria sentido unir os protozoários no mesmo campo de animais e fungos nas plantas.

Mais diferenciações e estudos aprofundados precisavam se fortalecer para sanar essas questões. 

Foi no século 18 que o médico e botânico sueco Carolus Linnaeus, trouxe uma obra que revolucionou a ideia da taxonomia: o livro  "Systema Naturae", que montava uma maneira hierárquica de classificação dos seres vivos. 

Ali, Linnaeus estabelece três reinos: mineral, vegetal e animal, e agrupa todos os seres em cinco categorias: Classe, Ordem, Gênero, Espécie e Variedade. 

Mas calma lá!

A classificação atual demorou para ser construída e se completa ainda mais com o passar dos anos, visto as descobertas científicas que ocorreram no mundo. 

Por exemplo, em 1866, o alemão Ernst Haeckel propôs a existência de três grupos de seres vivos: os animais, as plantas e os protistas.

Em 1936, o norte-americano Herbert Faulkner Copeland adicionou um quarto grupo, o dos moneras. 

Anos depois, o norte-americano Robert Harding Whittaker foi o responsável por trazer o sistema de classificação em cinco reinos, ainda muito visto nas salas de aulas e nos livros de estudo.

Nesse sistema, os seres vivos estão classificados em Reino Monera, Protista, Fungi, Animalia e Plantae. 

Entendemos que a taxonomia classifica os seres e que há “caixinhas” em que cada um se encaixa. A serventia dessa organização vai além do que se pode ver.

A classificação correta dos seres vivos anda de mãos dadas com o desenvolvimento científico. A partir dela, cientistas conseguem descobrir e curar doenças ou entender determinados comportamentos de uma espécie.

Por exemplo: sabe-se que mamíferos se alimentam de leite materno. Essa é uma característica da classe Mammalia. 

Falaremos mais dessas classificações detalhadas no decorrer do texto. 

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O que é Sistemática?

Anote isso: a sistemática é a área da Biologia que estuda a biodiversidade por meio da taxonomia. 

A sistemática se preocupa em entender as relações evolutivas dos organismos, buscando ancestralidade e compartilhamento de origens.

Sendo assim, a taxonomia é uma enorme aliada, por conta da organização e da classificação em grupos, permitindo uma facilidade maior de traçar linhas evolutivas. 

A sistemática capta relações morfológicas, comportamentais, genéticas e evolutivas entre indivíduos.

A partir desses dados, descreve o ser estudado por meio de conceitos de classificação, nome, cladística e filogenética: 

  • Cladística relaciona-se à classificação de organismos com base na ramificação de diversas linhagens de um ancestral comum; 
  • Filogenética refere-se ao histórico da evolução e da relação entre grupos de organismos; 
  • Fenética liga-se às características dos organismos, excluindo a filogenética; 
  • As chamadas árvores filogenéticas apresentam as relações dos organismos. 
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As categorias taxonômicas 

Com sua aclamada obra, “Systema Naturae”, Linnaeus estipulou 7 categorias taxonômicas, sendo elas: 

  1. Reino: a maior de todas as categorias, une um conjunto de filos;
  2. Filo: conjunto de classes; 
  3. Classe: conjunto de ordens; 
  4. Ordem: conjunto de famílias; 
  5. Família: conjunto de gêneros; 
  6. Gênero: conjunto de espécies; 
  7. Espécie: grupo de seres que podem se reproduzir e gerar descendentes férteis. 

Cada uma dessas categorias pode ser chamada de táxon. 

Robert Harding Whittaker, que falamos acima, acrescentou a essas categorias o Reino. São eles: 

  • Protoctista; 
  • Fungi; 
  • Animalia; 
  • Plantae; 
  • Monera, que se dividiria em outros dois, o Archaeae e o Eubacteria. 

Mais tarde, o norte-americano Carl Woese mostrou a nova categoria de Domínio, que, seguindo a hierarquia, estaria acima do Reino.

O Domínio possui três divisões: 

  • Archaeae; 
  • Bactéria; 
  • Eukarya. 

E não para por aí: no Domínio Achaeae, há o Reino Archaeaea. Dentro do Domínio Bactéria, o Reino Eubacteria, e no Domínio Eukarya, os reinos Protoctista, Fungi, Animalia e Plantae. 

Mas atenção: os vírus não entram nesta classificação por não serem considerados seres vivos, pois não conseguem se reproduzir. 

Outras classificações 

As classificações abaixo também categorizam os seres vivos, contudo, não fazem parte das definições taxonômicas que falamos anteriormente, ou seja, não classificam em espécie e não necessariamente seguem padrões evolutivos. 

Pode-se classificar pela forma de alimentação: 

  • Autótrofos: seres vivos capazes de sintetizar o próprio alimento por meio de processos anabólicos;
  • Heterotróficos: seres vivos que não sintetizam o próprio alimento, conseguindo a matéria orgânica necessária para seus processos metabólicos pelo consumo de outros seres vivos ou da matéria orgânica produzida pelos autótrofos. 
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Quanto à forma de produção de matéria orgânica, os autótrofos podem ser classificados em: 

  • Fotossintetizantes: seres que usam a energia luminosa para a produção de matéria orgânica por meio do processo de fotossíntese; 
  • Quimiossintetizante: seres vivos que usam compostos químicos inorgânicos para produzir matéria orgânica por meio do processo de quimiossíntese. 

Quanto ao hábito alimentar, os seres vivos heterótrofos podem ser subdivididos em: 

  • Herbívoros: seres que se alimentam de plantas e vegetais; 
  • Carnívoros: seres vivos que se alimentam de outros seres.

O que significa taxonomia

O sistema binomial na Biologia 

Linnaeus também é responsável por um sistema de nomenclatura biológica, a fim de padronizar os nomes das espécies mundialmente e facilitar os estudos posteriores. 

Imagine um mosquito que possui nomes diferentes em cada região do Brasil. Esse ser vivo, mesmo com nomes distintos, ainda possui uma espécie de “RG” que vale para o mundo inteiro, que é o seu nome científico. 

A onça-pintada, por exemplo, é chamada de Panthera onca na sua nomenclatura biológica. 

Vamos entender como esse nome é composto. Também chamado de sistema lineano, segue as seguintes regras: 

  • O nome científico deve possuir duas palavras; 
  • A primeira palavra diz respeito ao gênero do ser vivo; 
  • A segunda palavra é um nome que caracteriza a espécie (chama-se “epíteto específico”). Pode ser algo específico  do indivíduo, algo que chame a atenção, uma homenagem ao cientista que o registrou, etc; 
  • A primeira letra da primeira palavra do nome científico deve estar em maiúsculo; 
  • O nome científico fica em itálico; 
  • Ao escrever o nome mais de uma vez num mesmo documento, pode-se abreviar o gênero; 
  • Algumas espécies podem ter três nomes, como é o nosso caso: Homo sapiens sapiens. 

Como cai taxonomia no Enem? 

A prova de Ciências da Natureza e suas Tecnologias do Enem traz 45 questões, valendo mil pontos. 

Normalmente, a prova de Ciências da Natureza e suas Tecnologias é feita no segundo dia do Exame, juntamente com outras 45 questões da prova de Matemática e suas Tecnologias. 

O Enem analisa competências específicas dos estudantes, adentrando temas estudados no Ensino Médio.

O programa de provas contempla temas específicos de cada disciplina. No caso da Biologia, a taxonomia é um dos temas previstos no item de “Identidade dos seres vivos”. 

A prova pode elaborar questões que abordam, com relação à taxonomia: 

  • Níveis de organização dos seres vivos.  
  • Vírus, procariontes e eucariontes.  
  • Autótrofos e heterótrofos.  
  • Seres unicelulares e pluricelulares. 
  • Embriologia, anatomia e fisiologia humana.  
  • Evolução humana. 

Confira duas questões que caíram em edições anteriores do Enem:

(ENEM- BR - 2011)  Número Original: 87 Código:  3223
Única Aplicação - Primeiro dia - Prova Amarela
Os Bichinhos e O Homem  /  Arca de Noé  /  Toquinho & Vinicius de Moraes
Nossa irmã, a mosca
É feia e tosca
Enquanto que o mosquito
É mais bonito
Nosso irmão besouro
Que é feito de couro
Mal sabe voar
Nossa irmã, a barata
Bichinha mais chata
É prima da borboleta
Que é uma careta
Nosso irmão, o grilo
Que vive dando estrilo
Só pra chatear
MORAES, V. A arca de Noé: poemas infantis. São Paulo: Companhia das Letrinhas, 1991
O poema acima sugere a existência de relações de afinidade entre os animais dos e nós, seres humanos. Respeitando a liberdade poética dos autores, a unidade taxonômica que expressa a afinidade existente entre nós e estes animais é
a) o filo
b) o reino
c) a classe
d) a família
e) a espécie

Gabarito: B 

A questão conta com a análise interpretativa do estudante e sua capacidade de interligar o tema da música com a questão que paira na biologia.

Seguindo os conceitos taxonômicos que estudamos anteriormente, a resposta correta da questão é a letra b), visto que fazemos parte do mesmo reino que os seres descritos na questão, o Animalia.

As outras opções não encaixam devido às características distintas entre o ser humano e os insetos  

Aqui vai mais um exemplo de como o tema da taxonomia cai no Enem. 

(ENEM - 2017) Número Original: 98  Código: 6888788 

Primeira Aplicação - Segundo Dia - Prova Azul 

A classificação biológica proposta por Whittaker permite distinguir cinco grandes linhas evolutivas utilizando, como critérios de classificação, a organização celular e o modo de nutrição. Woese e seus colaboradores, com base na comparação das sequências que codificam o RNA ribossômico dos seres vivos, estabeleceram relações de ancestralidade entre os grupos e concluíram que os procariontes do reino Monera não eram um grupo coeso do ponto de vista evolutivo. 

Whittaker (1969) 

Cinco reinos 

Woese (1990) 

Três domínios 

Monera 

Archaea 

Protista 

Eubacteria 

Fungi 

Eukarya 

Plantae 

Animalia 

A diferença básica nas classificações citadas é que a mais recente se baseia fundamentalmente em

a) tipos de células.

b) aspectos ecológicos.

c) relações filogenéticas.

d) propriedades fisiológicas.

e) características morfológicas. 

Gabarito: C 

A questão exige um conhecimento histórico e conceitual do tema da taxonomia e a capacidade do estudante em analisar e interpretar tabelas.

A resposta correta é a letra c), visto que Woese classificou os indivíduos em Domínios usando análise comparativa de RNA ribossômico (RNAr), ou seja, pautando-se em relações filogenéticas. 

Esse tipo de material é rico em detalhes para quem quer se sair bem nos processos seletivos.

É possível aprender e se basear muito com esse tipo de conteúdo. Disponibilizamos um passo a passo de como estudar para o Enem com provas antigas. 

Para não esquecer

Agora que você já entendeu o que é taxonomia e aprendeu a diversidade que compõe o tema, use o seguinte processo para não esquecer: taxonomia é o processo de classificar, sistemática é de interligar, sistema binomial é de nomear.

A partir dessas palavras-chave, você conseguirá puxar na memória as definições corretas de cada termo. 

Continue estudando e acompanhe o Blog do EAD para mais dicas de Biologia no Enem!

Boa prova!

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Redação Blog do EAD

Por Redação Blog do EAD

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