Está procurando atividades inclusivas para fazer em sala de aula com seus alunos? Pois neste artigo, trouxemos 3 delas para você.
Além disso, vamos falar um pouco aqui sobre a educação inclusiva, os desafios que enfrenta nos dias de hoje no Brasil e como um professor pode se preparar.
Você vai conferir:
O que é educação inclusiva?
Os desafios da educação inclusiva no Brasil
3 atividades inclusivas para fazer em sala de aula
O papel do professor na construção de uma escola inclusiva
Conclusão
O que é educação inclusiva?
Em conceito, a educação inclusiva se baseia na ideia de cidadania global, incluindo todas as pessoas, sem preconceito.
De acordo com essa ideia, todos os alunos seriam diferentes entre si e únicos, o que reforça a ideia de que não existe um grupo de pessoas diferentes e um grupo de pessoas normais, mas que todos são diferentes e que isso é normal.
Na prática, então, a educação inclusiva é uma abordagem que busca a adaptação do sistema educacional para garantir o acesso e permanência de alunos com necessidades especiais em escolas regulares.
Os principais objetivos são o aluno conseguir acessar e permanecer no sistema regular, se integrar com os demais alunos e participar dos mesmos processos de socialização.
Uma escola que pratica a educação inclusiva acaba por ser uma escola diversa, porém precisamos tomar cuidado ao usar o termo porque a educação inclusiva não é caracterizada pela diversidade.
Uma escola com um corpo de alunos diverso não necessariamente tem um projeto pedagógico que abrange todos e recursos inclusivos.
Educação especial X educação inclusiva
Durante muito tempo no Brasil, a educação de pessoas com necessidades especiais se dava apenas em escolas especiais.
A educação especial foi pensada para atender exclusivamente alunos que tenham necessidades especiais.
Ela atende alunos com transtornos gerais do desenvolvimento (TGD), deficiência física, visual, auditiva e intelectual, transtorno do espectro autista (TEA) e altas habilidades ou superdotação.
A educação especial é aplicada em escolas especiais, que podem abarcar um tipo de necessidades citadas acima ou várias.
Porém, escolas especiais sempre geraram algumas críticas.
A maior delas é que esse tipo de abordagem acaba segregando o aluno com necessidades especiais e tirando dele algo essencial: a integração com os demais alunos.
Por isso, estudiosos da área acreditam que o ideal seja o sistema regular de ensino se adaptar física e pedagogicamente para receber alunos com necessidades especiais de forma inclusiva.
Como surgiu a educação inclusiva?
O que viria a ser a educação inclusiva começou a ser debatida de forma prática em 1994, na Conferência Mundial de Salamanca sobre Educação para Necessidades Especiais.
Desta conferência saiu um documento, a Declaração de Salamanca, que reforça o compromisso das nações com a educação para todos, incluindo crianças e adolescentes com necessidades especiais.
Como consequência ao documento, e aos movimentos para transformar em prática as resoluções da declaração, surgiu a educação inclusiva.
Os desafios da educação inclusiva no Brasil
Embora ainda não tenha um cenário ideal, e veremos por que, a educação inclusiva é muito melhor hoje do que já foi em outros tempos.
Entre 2010 e 2020, as matrículas de alunos com necessidades especiais em escolas comuns teve um crescimento de cerca de 20%. Em 2010 eram 68,9% e em 2020 esse número passou para 88,1%.
Em alguns estados do país (Acre, Rio Grande do Norte, Roraima e Espírito Santo), a porcentagem de alunos com necessidades especiais matriculados em escolas comuns chega a 100%, o que é um marco louvável.
Porém, não só apenas de dados positivos vive a educação inclusiva no Brasil.
Problemas de infraestrutura
O Anuário Brasileiro da Educação Básica de 2021 notou que apenas 63,3% dos banheiros em escolas comuns da zona urbana possuem banheiro adequado, por exemplo.
E que apenas 31,9% das escolas conta com uma sala de recursos multifuncionais para Atendimento Educacional Especializado, o AEE.
Essa diferença no acesso à educação básica acaba trazendo dificuldades para a vida adulta das pessoas com necessidades especiais, como mostra um dado divulgado pelo IBGE.
Reflexo na vida adulta
Segundo a Pesquisa Nacional de Saúde, elaborada pelo IBGE, 67% da população com deficiência não tem a instrução formal que deveria ter.
Entre pessoas sem deficiência, essa porcentagem cai para 30%, mostrando que não é um problema ocasional, mas estrutural.
Preconceito e bullying
Outro desafio enfrentado pela educação inclusiva no país é o medo que os pais de crianças com deficiência têm de seus filhos sofrerem preconceito entre crianças consideradas “normais”.
Segundo uma pesquisa realizada pelo instituto Datafolha em 2021, 87% dos pais tem esse receio.
A pesquisa também mostrou outros dados interessantes da percepção do povo brasileiro sobre a educação inclusiva, como 86% dos entrevistados afirmando que a escola se torna um ambiente melhor com a inclusão.
Formação dos professores
Outro problema encontrado é quanto à formação dos professores.
Segundo a pesquisa do Datafolha, 71% dos entrevistados acredita que os professores têm intenção de atuar com educação inclusiva, mas 67% citou que eles não têm a formação adequada.
E essa percepção pode estar correta porque o Censo Escolar 2019, por exemplo, descobriu que apenas 6% dos professores do sistema educacional brasileiro está preparado para ministrar aulas para alunos com necessidades especiais.
O que também é interessante no censo é que entre os professores que atuam na educação especial, a porcentagem de profissionais capacitados para a área é de apenas 42%.
3 atividades inclusivas para fazer em sala de aula
Mesmo que a escola onde você atua não tenha uma abordagem de educação inclusiva ou não tenha a infraestrutura necessária, ainda existem atividades inclusivas para fazer em sala de aula que ajudam os alunos a chegarem no objetivo.
Nós selecionamos três delas aqui, e você vai perceber que são atividades inclusivas para fazer em sala de aula que não requerem muito material ou esforço, apenas intencionalidade.
1 Contação de histórias
A contação de histórias é uma maneira universal de trabalhar interpretação e senso crítico.
Pode-se criar diversas atividades inclusivas para fazer em sala de aula a partir de uma história, como explorar os aspectos táteis do livro, a imaginação das crianças ao apenas contar a história de forma oral ou, então, trabalhar um teatrinho.
2 Desenhar o corpo
Essa é uma atividade que ajuda a criança a entender a diferença de maneira real e visual. Você vai precisar de um rolo de papel e canetas coloridas, lápis de cor ou giz de cera.
Antes da atividade, você pode trabalhar com os alunos quais são as partes do corpo, como cuidar do nosso corpo, o que é igual às outras pessoas e o que é diferente.
Então, promove a atividade em si usando duplas. Um coleguinha contorna o corpo do outro no papel, o que vai ajudar ambos a entender as dimensões reais de seu corpo e como eles são diferentes.
Depois da atividade, você pode voltar com os questionamentos, buscando saber como foi a experiência, qual foi a maior dificuldade e provocando os alunos para verem diferenças e semelhanças entre os desenhos.
3 Guiar os colegas
Essa é uma das atividades inclusivas para fazer em sala de aula que mais promove colaboração, confiança e a expressão dos alunos.
A ideia é dividir os alunos em trios e pedir que eles formem um trenzinho, sendo que o contato entre eles deve ser feito pela mão no ombro do coleguinha.
Os alunos que ficarem na frente do trenzinho e atrás deverão ser vendados, deixando que o aluno que ficar no meio seja o guia e oriente os colegas a caminhar pela sala de aula evitando os obstáculos.
As posições podem ser rotacionadas, para que todos possam ter a experiência. Depois dela, o ideal é conversar sobre o que aconteceu e o que eles aprenderam com isso.
O papel do professor na construção de uma escola inclusiva
Para que a educação inclusiva chegue com força no sistema educacional regular, existe a necessidade de se criar uma rede de apoio.
É preciso contar com iniciativas do Estado, com políticas públicas, com a participação ativa de pais e responsáveis e com a formação adequada de professores e equipe escolar.
E este é um dos maiores desafios na formação do professor porque, em muitas esferas, a educação inclusiva ainda é vista como paralela à educação regular.
Assim como durante o uso de metodologias ativas, dentro da sala de aula inclusiva, o professor toma papel de guia, de mediador e mentor. Nesse cenário, o projeto pedagógico deve ser o responsável por promover a equidade de oportunidades e a diversidade.
O papel do professor, nesse sentido, seria de intervir nas atividades quando o aluno não tiver autonomia para se desenvolver sozinho, ajudando-o e mostrando o caminho.
Mas para isso, ele deve estar preparado e qualificado.
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Conclusão
Chegando ao final deste conteúdo, esperamos que você tenha conseguido entender o contexto da educação inclusiva no Brasil e que tenha aproveitado nossas dicas de atividades inclusivas para fazer em sala de aula.
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