As teorias da evolução [Biologia no Enem]

Postado em 7 de out de 2021
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Você sabe o que estudar sobre a evolução em biologia para o Enem?

As teorias que vêm sendo discutidas desde os tempos antigos aparecem com frequência no Exame Nacional do Ensino Médio e é importante que você entenda um pouco sobre elas para garantir uma boa nota.

Para te ajudar, neste texto separamos as teorias que mais aparecem nas questões da prova de Ciências da Natureza do Enem para que você se prepare. Acompanhe:

 

O que é a evolução biológica

A evolução, dentro da biologia — e como parte da ecologia —, pode ser definida como todas as modificações nos organismos através do tempo.

De acordo com essa teoria, todas as espécies apresentam um ancestral em comum e são resultados de processos contínuos de mudanças.

A evolução admite, então, que nenhuma espécie é fixa e que todos os seres vivos estão em modificação constante.

A ideia da evolução a partir de um recurso biológico começou a se tornar uma discussão no século XVIII, já que até essa época predominava a teoria do fixismo.

Aqui, é importante destacar que diversos cientistas já tentaram explicar como as espécies animais apareceram. Hoje em dia, três principais teorias são consideradas.

Além disso, vale ressaltar que, por mais que sejam chamadas de “teorias”, a evolução já foi comprovada cientificamente.

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As principais teorias da evolução

Agora que você já entendeu o que é a evolução biológica, precisa conhecer quais são as principais teorias da evolução para se preparar para a prova do Enem.

Confira a seguir:

1. Fixismo

O fixismo é uma corrente de pensamento proposta inicialmente na Grécia Antiga por filósofos como Platão e Aristóteles.

Ele também foi defendido por religiosos, como Santo Agostinho e São Tomás de Aquino, que incorporaram as ideias dessa teoria em seus pensamentos dentro do cristianismo.

Até boa parte do século XIX, o pensamento dominante girava em torno do fixismo. Nessa teoria, a ideia que prevalecia era a de que as espécies são imutáveis e de que existe um Deus que criou a Terra e todos os seres que habitam nela.

De acordo com essa visão de mundo, Deus teria criado diversas espécies — desde as formas mais simples de vida até as mais complexas — e que o homem foi a sua criação máxima.

O fixismo considera que as espécies permanecem imutáveis ao longo do tempo, sem jamais se modificarem — o que contradiz a teoria do Evolucionismo, que foi desenvolvida mais tarde.

Essa visão de mundo também supõe que todos os seres e cada uma das suas partes têm uma função na natureza, tudo para contribuir para a sua harmonia.

2. Lamarckismo

Pintura a óleo de Lamarck, criador da “lei da herança dos caracteres adquiridos”. Domínio público/Wikimedia Commons..Pintura a óleo de Jean-Baptiste Lamarck (1744-1829), criador da “lei da herança dos caracteres adquiridos”. Domínio público/Wikimedia Commons.

Jean Baptiste Lamarck (1744-1829) foi um naturalista francês que discutia muito sobre a lei do uso e do desuso.

Para explicar a sua linha de pensamento, um dos exemplos mais comuns que ele utilizava era o das girafas: ele verificou que as que tinham os pescoços mais longos conseguiam se esticar com mais facilidade para colher as melhores frutas e folhas das árvores. Essa característica aumentava as oportunidades para que elas sobrevivessem.

Naquela época, Lamarck chegou à conclusão de que as estruturas do corpo se desenvolvem mais quando são usadas com mais frequência. Da mesma maneira, as que não são utilizadas se atrofiam.

Todas essas características que eram adquiridas durante a vida dos seres vivos eram passadas aos seus descendentes que, se também as utilizassem, conseguiam passar para as próximas linhagens e assim por diante.

Por conta disso, essa teoria ficou conhecida como a “lei da herança dos caracteres adquiridos”.

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3. Darwinismo

Fotografias de Charles Darwin e Alfred Wallace, naturalistas que contribuíram com ideias decisivas para as teorias da evolução. Domínio público/Wikimedia Commons.Fotografias de Charles Darwin (1809-1882) e Alfred Wallace (1823-1913), naturalistas que contribuíram com ideias decisivas para as teorias da evolução. Domínio público/Wikimedia Commons.

A teoria do darwinismo foi desenvolvida pelo naturalista inglês Charles Darwin (1809-1882). Conjunto dos estudos sobre à evolução das espécies, a teoria defende que os seres vivos estão em luta constante pela adaptação e que, no mundo, apenas os mais bem adaptados e mais capazes de se reproduzir sobrevivem.

Aqui, é interessante pontuar que apesar do conceito de seleção natural ser estudado e aceito pela biologia e pela taxonomia, ele não consegue explicar quais são os atributos que deixam algumas espécies mais adaptáveis e fortes, assim como por que determinadas características são transmitidas para os descendentes. Essa explicação somente surge com estudos sobre genética.

Cabe destacar a atuação de Alfred Wallace (1823-1913) no contexto do darwinismo, outro cientista naturalista da época que desenvolveu hipóteses e conceitos muito parecidos com os que Darwin estava elaborando.

Os dois chegaram a um acordo e até mesmo publicaram seus artigos na mesma edição de uma revista da época.

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4. Neodarwinismo

Retrato de Gregor Mendel, precursor nos estudos de genética. Domínio público/Wikimedia Commons.Retrato de Gregor Mendel (1822-1884), precursor nos estudos de genética. Domínio público/Wikimedia Commons.

O neodarwinismo é considerado a Teoria da Evolução — também conhecida como Teoria Moderna ou Sintética — mais recente.

Ele não nega ou apaga todas as discussões levantadas pelo darwinismo, assim como não exclui as características dos níveis tróficos em seus estudos, simplesmente os completa.

O Neodarwinismo surgiu porque, como Darwin não tinha recursos para oferecer todas as respostas referentes à antiga teoria, principalmente por conta do pouco conhecimento sobre genética naquela época, um grupo de cientistas e biólogos se dispôs a estudar alguns dos processos da evolução.

Todos esses novos conceitos tiveram como base o estudo de Gregor Mendel (1822-1884), um biólogo que estudou a genética por meio do cruzamento de ervilhas para explicar a teoria da variabilidade dos indivíduos.

A partir daí, os mecanismos de hereditariedade foram descobertos, assim como as recombinações genéticas, mutações e migrações que têm influência na evolução das linhagens — mas sem deixar de considerar a Seleção Natural de Darwin.

Evidências científicas da evolução

Diversas evidências sustentam a teoria da evolução e uma das mais conhecidas são os fósseis.

Eles são vestígios ou até mesmo restos de organismos preservados que têm mais de 10 mil anos e fornecem informações muito importantes sobre a vida como um todo no passado e como o ambiente da Terra era em uma determinada época.

Outras evidências são fisiológicas e anatômicas. Algumas espécies apresentam características anatômicas que se assemelham muito com as que estão presentes em outros indivíduos. Apesar de muitas vezes não apresentarem a mesma função, é possível deduzir que em algum momento essas espécies tiveram um ancestral em comum.

Já as análises da bioquímica dos organismos e a análise celular nos apresenta evidências celulares e moleculares. Elas têm revelado que existem muitas semelhanças entre todos os seres vivos, o que sugere que, em algum ponto da história da evolução, tivemos um ancestral em comum.

Questões sobre teorias da evolução que caíram no Enem

A evolução em biologia para o Enem, como você pôde perceber, é um tema bastante relevante. Por esse motivo, é importante que você o inclua no seu cronograma de estudos e preste muita atenção nos conteúdos relacionados a ele.

Para você praticar o que aprendeu até aqui, separamos 5 questões sobre teorias da evolução que caíram no Enem.

Elas foram retiradas do banco de provas e gabaritos do Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep), órgão do Ministério da Educação (MEC) responsável pela realização do Enem.

Bons estudos!

Questão 1 – Enem PPL 2021

O polvo mimético apresenta padrões cromáticos e comportamentos muito curiosos. Frequentemente, muda a orientação de seus tentáculos, assemelhando-se a alguns animais. As imagens 1, 3 e 5 apresentam polvos mimetizando, respectivamente, um peixe-linguado (2), um peixe-leão (4) e uma serpente-marinha (6).

3b3067c88c6d57c9c3f3NORMAN, M. D.; FINN, J.; TREGENZA, T. Dynamic mimicry in an Indo-Malayan octopus. In: Proceedings of the Royal Society B: Biological Sciences, n. 268, out. 2001. Disponível em: www.researchgate.net. Acesso em: 15 mar. 2014 (adaptado).

Do ponto de vista evolutivo, a capacidade apresentada se estabeleceu porque os polvos

  1. originaram-se do mesmo ancestral que esses animais.
  2. passaram por mutações similares a esses organismos.
  3. observaram esses animais em seus nichos ecológicos.
  4. resultaram de convergência adaptativa com essas espécies.
  5. sobreviveram às pressões seletivas com esses comportamentos.

✅Gabarito: E

Questão 2 – Enem PPL 2021

Entre 2014 e 2016, as regiões central e oeste da África sofreram uma grave epidemia de febre hemorrágica causada pelo vírus ebola, que se manifesta em até 21 dias após a infecção e cuja taxa de letalidade (enfermos que vão a óbito) pode chegar a 90%. Em regiões de clima tropical e subtropical, um outro vírus também pode causar febre hemorrágica: o vírus da dengue, que, embora tenha período de incubação menor (até 10 dias), apresenta taxa de letalidade abaixo de 1%.

Disponível em: www.who.int. Acesso em: 1 fev. 2017 (adaptado).

Segundo as informações do texto e aplicando princípios de evolução biológica às relações do tipo patógeno-hospedeiro, qual dos dois vírus infecta seres humanos há mais tempo?

  1. Ebola, pois o maior período de incubação reflete duração mais longa do processo de coevolução patógeno-hospedeiro.
  2. Dengue, pois o menor período de incubação reflete duração mais longa do processo de coevolução patógeno-hospedeiro.
  3. Ebola, cuja alta letalidade indica maior eficiência do vírus em parasitar seus hospedeiros, estabelecida ao longo de sua evolução.
  4. Ebola, cujos surtos epidêmicos concentram-se no continente africano, reconhecido como berço da origem evolutiva dos seres humanos.
  5. Dengue, cuja baixa letalidade indica maior eficiência do vírus em parasitar seus hospedeiros, estabelecida ao longo da coevolução patógeno-hospedeiro.

✅Gabarito: E

Questão 3 – Enem Digital 2021

Alterações no genoma podem ser ocasionadas por falhas nos mecanismos de cópia e manutenção do DNA, que ocorrem aleatoriamente. Assim, a cada ciclo de replicação do DNA, existe uma taxa de erro mais ou menos constante de troca de nucleotídeos, independente da espécie. Partindo-se desses pressupostos, foi construída uma árvore filogenética de alguns mamíferos, conforme a figura, na qual o comprimento da linha horizontal é proporcional ao tempo de surgimento da espécie a partir de seu ancestral mais próximo.

7f792d999104002a2e2bALBERTS, B. et al. Biologia molecular da célula. Nova York: Garland Publisher, 2008.

Qual espécie é geneticamente mais semelhante ao seu ancestral mais próximo?

  1. Cavalo
  2. Ovelha
  3. Veado
  4. Porco
  5. Vaca

✅Gabarito: E

Questão 4 – Enem PPL 2018

Podemos esperar que, evoluindo de ancestrais que disputavam os mesmos recursos, as espécies tenham desenvolvido características que asseguram menor ou nenhuma competição com membros de outras espécies. Espécies em coexistência, com um potencial aparente para competir, exibirão diferenças em comportamento, fisiologia ou morfologia.

TOWNSEND, C. R.; BEGON, M.; HARPER, J. L. Fundamentos em ecologia. Porto Alegre: Artmed, 2006 (adaptado).

Qual fenômeno evolutivo explica a manutenção das diferenças ecológicas e biológicas citadas?

  1. Mutação;
  2. Fluxo gênico.
  3. Seleção natural.
  4. Deriva genética.
  5. Equilíbrio de Hardy-Weinberg.

✅Gabarito: C

Questão 5 – Enem PPL 2010

A perda de pelos foi uma adaptação às mudanças ambientais, que forçaram nossos ancestrais a deixar a vida sedentária e viajar enormes distâncias à procura de água e comida. Junto com o surgimento de membros mais alongados e com a substituição de glândulas apócrinas (produtoras de suor oleoso e de lenta evaporação) por glândulas écrinas (suor aquoso e de rápida evaporação), a menor quantidade de pelos teria favorecido a manutenção de uma temperatura corporal saudável nos trópicos castigados por calor sufocante, em que viveram nossos ancestrais.

Scientific American. Brasil, mar. 2010 (adaptado)

De que maneira o tamanho dos membros humanos poderia estar associado à regulação da temperatura corporal?

  1. Membros mais longos apresentam maior relação superfície/volume, facilitando a perda de maior quantidade de calor.
  2. Membros mais curtos têm ossos mais espessos, que protegem vasos sanguíneos contra a perda de calor.
  3. Membros mais curtos desenvolvem mais o panículo adiposo, sendo capazes de reter maior quantidade de calor.
  4. Membros mais longos possuem pele mais fina e com menos pelos, facilitando a perda de maior quantidade de calor.
  5. Membros mais longos têm maior massa muscular, capazes de produzir e dissipar maior quantidade de calor.

✅Gabarito: A

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Redação Blog do EAD

Por Redação Blog do EAD

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